Audiência na Câmara Municipal discute políticas públicas voltadas à população em situação de rua de Campina Grande

Representantes da Prefeitura de Campina Grande, por meio da Secretaria Municipal de Assistência Social (SEMAS), participaram, nesta terça, 12, de uma audiência na Câmara Municipal, para tratar de políticas públicas em defesa dos direitos das pessoas em situação de rua, no Município. O ato contou com a presença de parlamentares, gestores públicos e de membros de movimentos sociais.

Durante a audiência, foi discutido o aumento de pessoas que estão vivendo nas ruas de Campina Grande. Um dos argumentos utilizado pela autora da propositura, a vereadora Jô Oliveira (PC do B), é de que esse aumento pode ter sido provocado pela crise sanitária e econômica, causada pela pandemia de covid-19, considerando que algumas dessas pessoas passaram a viver em situação de extrema pobreza.

O secretário Walker Neves, da Semas, apresentou dados da gestão sobre as ações efetivas oferecidas pelo Centro de Referência Especializado para Pessoas em Situação de Rua – Centro Pop; e pelo Programa de Abordagem Social Municipal para Crianças e Adolescentes – Ruanda; serviços vinculados à Secretaria de Assistência Social, que atuam dia e noite ininterruptamente, abordando adultos e crianças nas ruas do Centro e da periferia da cidade.

“É importante destacar que a Prefeitura, por meio da Semas, já faz um valioso trabalho voltado a esse público, através dos vários serviços, os quais têm trazido bons resultados. Todos compreendemos que é uma situação complexa, diante da realidade de cada pessoa que está nessa situação. Quando recebemos as demandas, procuramos atender com todo o empenho, intensificando os serviços”, destacou Valker Neves.

A diretora de Proteção Especial de Média e Alta Complexidade da Semas, Uelma Alexandre, falou sobre a dificuldade de atuar com pessoas, que muitas vezes sofrem com questões psicológicas e vícios em drogas ilícitas, mas destacou a ampliação dos serviços.

“Atualmente temos 182 pessoas de Campina, em situação de rua. Somado com as pessoas de outras regiões, resulta em 311 pessoas cadastradas que transitam entre cidades. Ė preciso uma maior integração, porque a política pública tem que ser feita em todo o Município, em áreas como segurança, transporte, saúde e na educação pois, sozinha a assistência social não consegue resolver”, ponderou Uelma.

A vereadora Jô Oliveira apontou as perspectivas sobre o resultado da reunião. “É muito importante quando a gente tem um poder público que se dispõe a dialogar. E o que a gente espera, a partir do que foi dito aqui por cada um, é que tenhamos efetivação da relação mais articulada das parcerias entre os órgãos da Prefeitura e da sociedade civil, para reestruturação das políticas e das ações mais pontuais”, ressaltou a vereadora.

Para o vereador Marinaldo Cardoso, presidente da Câmara Municipal, um dos objetivos da audiência é propor que mais recursos sejam assegurados para políticas públicas destinadas à população de rua, além de unificar as ações da Prefeitura com as atividades de assistência, empreendidas pela sociedade civil por meio de igrejas, associações e clubes.

Na audiência, ainda foram definidos encaminhamentos sobre a construção de metas a serem avaliadas no prazo de seis meses, junto a vários órgãos e serviços, no Município. Estiveram presentes, também, representantes de várias unidades da Semas, a exemplo dos Conselhos Tutelares (CT), Conselho da Criança e do Adolescente (CMDDCA), Coordenação LGBT e Centro Pop, além de representantes do Conselho Municipal de Assistência Social (CMAS) e Defensoria Pública do município.

Participaram também integrantes de movimentos sociais da sociedade civil, tais como Clubes de Mães; Santuário da Divina Misericórdia – Cuités; Comitê de Defesa do Açude de Bodocongó; Sociedade São Vicente de Paulo; Pastoral Diocesana da População de Rua; Casa da Acolhida São Paulo da Cruz; entre outros.

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