Prefeitura de Campina Grande intensifica serviços de abordagens para crianças e adolescentes em situação de rua

Em 2022, o programa Ruanda que atua na cidade há mais de vinte anos, realizou 1.111 ações e repassou quase 400 orientações para crianças e adolescentes, sobre os riscos da exposição nas ruas.

Um dos importantes programas da Prefeitura de Campina Grande, por meio da Secretaria de Assistência Social (Semas), que atua com abordagens de pessoas em vulnerabilidade social, é o Programa de Abordagem Municipal de Crianças e Adolescentes – Ruanda, que só no ano passado realizou 1.111 ações com crianças e adolescentes e repassou orientações para cerca de 380 deles, sobre os riscos da exposição nas ruas da cidade.

O serviço que conta com a atuação de uma equipe formada por assistentes sociais, pedagogos, psicólogos e educadores sociais, realiza trabalho semelhante ao Centro de Referência Especializado para Pessoas em Situação de Rua – Centro Pop, (que atua com pessoas a partir dos 18 anos), no entanto, o Ruanda trabalha especificamente com crianças e adolescentes, há mais de vinte anos.

O principal objetivo do Ruanda é possibilitar a inclusão familiar e comunitária, oferecendo atividades socioculturais, educativas e de lazer para crianças e adolescentes. Em Campina Grande, o serviço possui como áreas de abrangência todo o centro da cidade (Área 1); Terminal de Integração e Parque do Povo (Área 2); e Avenida Canal (Área 3), sendo as demais áreas da cidade incluídas por meio de denúncias, através do Disque 100 e dos Conselhos Tutelares.

Buscas Ativas

Quando uma criança ou adolescente é encontrado em situação de rua, o primeiro critério utilizado pela equipe é o da observação, para saber se a criança se encontra em situação de vulnerabilidade. Após essa abordagem e intensificação, são realizadas as visitas e feitos os encaminhamentos necessários, conforme a situação da família.

Casos Persistentes, Reintegrados e Esporádicos
Ao ser confirmado que uma criança e/ou adolescente permanece praticamente todos os dias nas ruas, a equipe do Ruanda classifica como um Público Persistente. Em outras situações, onde são realizadas abordagens, orientações e encaminhamentos, e aquela criança ou adolescente não permanece nas ruas, ela entra para o Grupo Reintegrado. Em último caso, crianças ou adolescentes que foram reintegrados, mas que, em algum momento voltaram para as ruas, são enquadrados nos casos Esporádicos.

Em 2022, o Programa Ruanda atendeu 178 crianças e adolescentes, dentre as quais, 78 foram reintegradas, (sendo essa a maior proporção), 41 persistiram nas ruas e 40 configuraram casos esporádicos. A partir dos relatórios gerados ao longo do ano, houve a constatação de que o centro da cidade foi o local, com o maior número de abordagens.
O motivo, de acordo com a coordenação do programa, se dá por dois fatores principais: a recorrência do trabalho infantil, (onde a maior característica observada é a limpeza de para-brisas e a comercialização de doces), bem como, a mendicância. Dados do Programa apontam que, no ano passado, 68 crianças e adolescentes foram abordadas nas ruas do centro, já na Avenida Canal, foram apenas 10 crianças.
De acordo com Carla Maria, coordenadora do Programa Ruanda, por meio do acompanhamento das famílias das crianças e adolescentes atendidas, as equipes conseguem observar as necessidades de cada núcleo e fazer a ponte com outros serviços.

“Nós fazemos os devidos encaminhamentos para essas pessoas, de forma que toda a família receba suporte, dentro das possibilidades do programa. É importante ainda salientar que: “o funcionamento das políticas públicas, bem como a reintegração de crianças e adolescentes em situação de ameaça ou violação de direitos, realizado ao longo do ano pela Prefeitura, através da Semas, contribuem para tentar mudar a realidade desse quadro em nossa cidade”, concluiu a coordenadora.

Codecom

COMPARTILHAR