Prefeitura de Campina Grande promove Oficina de Elaboração de Currículos para representantes de Unidades da Semas

Iniciativa tem como objetivo capacitar e ampliar os conhecimentos dos colaboradores que atendem a população em geral, incluindo público LGBTQI+

Segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), no segundo trimestre deste ano o Brasil registrou 14,4 milhões de desempregados. De olho nessa realidade, a Prefeitura de Campina Grande promoveu na manhã desta quarta-feira, 10, uma Oficina de Elaboração de Currículo, com a participação de representantes de cada Unidade da Semas. A ação foi realizada por meio da Secretaria de Assistência Social (Semas), e as coordenações LGBT e de Planejamento e Projetos, com o apoio da Alpargatas.

O objetivo foi compartilhar informações sobre a elaboração desse documento, de maneira que atenda às atuais exigências do mercado de trabalho, saindo dos chamados “currículos tradicionais”, para uma versão mais atual, dinâmica e, sobretudo, inclusiva. A ideia principal é também ampliar o leque de contratações para o público transgênero.

O atendimento inclusivo desse público foi uma questão levantada pelo coordenador LGBT, Mário Fernandes, que ministrou a capacitação. Com formação em Matemática e mais de quatro décadas dedicadas ao serviço público, Mário também compartilhou com os participantes a importância em trabalhar a sensibilidade dos funcionários, como forma de auxiliar o usuário através do acolhimento.

Na oficina, os participantes aprenderam como elaborar um bom currículo, como repassar informações às pessoas e como utilizar os meios digitais para a elaboração do documento, na perspectiva da boa e correta construção da imagem do usuário que está em busca de um emprego. Segundo Mário, as experiências anteriores também podem e devem ser inseridas, como forma de mostrar a capacidade do candidato para uma determinada vaga.

Segundo Talita Pereira, que atua como assistente de atendimento da Coordenação LGBT, a importância da oficina está no espaço criado para tirar dúvidas em relação à construção do currículo, o que levará também os funcionários a orientar os usuários, de maneira que contribuam para o ingresso deles no mercado de trabalho.

Para Herton Renato, auxiliar administrativo do Centro de Referência Especializado em Assistência Social (CREAS), do Alto Branco, a oficina foi uma oportunidade de aperfeiçoamento. “As pessoas atendidas pelos serviços estão nas sociedades vulneráveis e o mercado está cada dia mais competitivo”, destacou.

Mário Fernandes, da Coordenação LGBT, disse que é preciso avançar ainda mais nessa questão, não só em relação ao público LGBTQI+, mas de forma geral, preparar potenciais candidatos a partir de currículos bem elaborados, dinâmicos e atraentes, já que, na maioria das vezes, esse documento acaba sendo um “cartão de visitas”. “E, por incrível que pareça, muita gente ainda não atentou para essas mudanças e por isso precisamos nos reinventar”, disse Mário.

Segundo Mário, currículo não é uma “bala de metralhadora”, que você faz uma cópia e passa para o mercado de trabalho. “Existem vários outros quesitos que fazem a diferença na hora da entrevista. O conhecimento, por exemplo, sobre a Empresa que o candidato pretende ingressar é primordial, pois, mesmo que a vaga não exista no momento, isso mostra empatia com o cargo pretendido”, ressaltou.

Ainda segundo Mário, a demanda não pode depender só da Empresa. Ou seja, não se pode dizer que o candidato deve procurar a empresa porque ele necessita, e sim, a empresa é quem necessita do candidato. “É uma inversão dentro da perspectiva que se tem atualmente. Especialistas, da própria Alpargatas, admitem que muitas empresas podem se deslocar de uma cidade ou de um estado para outro, pela falta de mão de obra específica”, afirmou.

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