Prefeitura de Campina Grande realiza 1º Encontrão das Mães Atípicas do projeto Colo pra Mãe

Evento, realizado no Centro de Convivência do Idoso, promoveu reflexões e momentos de superação

“Hoje nós saímos de casa para cuidar de nós mesmas”! Essa foi a frase de abertura do
1º Encontrão das Mães Atípicas do Projeto Colo pra Mãe, realizado pela Prefeitura de Campina Grande, por meio da Coordenação da Pessoa com Deficiência do Município (PCD) da Secretaria de Assistência Social (Semas). O Encontrão foi realizado nesta quarta-feira, 13, no Centro de Convivência do Idoso, no bairro dos Cuités.

Dezessete mães, que têm filhos com algum tipo de deficiência, passaram uma tarde diferente, com momentos de reflexão, de encontros, recebendo massagens, aconselhamentos e ouvindo canções que falam de fé, superação e vitória. São ocasiões em que, para quem não tem tempo para cuidar de si própria, fazem toda a diferença.

Em outro momento surgiram perguntas para as mães: O que te traz felicidade? Ao contrário de respostas prontas, vieram lágrimas, lamentações nesta ocasião. Depois, seguiram mais perguntas: “Você cansou de tudo dentro de casa”? “Quem foi abandonada pelo companheiro quando ele soube que o filho ou filha tinha alguma limitação?

Em seguida, as organizadoras do evento promoveram uma surpresa para essas mães. Elas receberam uma pequena caixa, com espelho. Nessa dinâmica, cada mãe pode ver sua imagem no espelho e refletir sobre a própria imagem. Foram momentos de muita emoção.

Valéria da Silva, 37 anos, mora no bairro Belo Monte. Com três filhos autistas (14, 12 e o mais novo com 3 anos e 8 meses), disse que essa é a primeira vez em que ela se sente acolhida. “Esse projeto caiu do céu, pois não tenho o apoio da minha família e, por outro lado, também preciso cuidar da minha mãe, que sofre com a depressão. Cheguei até aqui depois que recebi o convite de uma amiga, que ouviu falar sobre o projeto. Inclusive um dos meus filhos adolescentes já está me preocupando, dando trabalho. Meu marido não me escuta, diz que é besteira me preocupar. Mas nós, mães, sabemos o quanto é difícil”, contou a mãe atípica.

Juliana Silva Leal, 26 anos, tem duas filhas, Beatriz com 9 anos e a caçula Ester Gabrielly com 2 anos e 9 meses. Ester tem Holoprosencefalia com Microcefalia (uma malformação cerebral polimorfa, estando associada a várias anomalias faciais na linha média, com incidência estimada de 1 a cada 16 mil nascidos vivos). Ela conta que descobriu a doença na gravidez, mas assinou um termo para não retirar o bebê.

“Me vejo como uma mulher muito forte, apesar de ser nova. Quis sim ser uma mãe atípica, pois todos os dias eu aprendo algo com a minha filha. Esse projeto chega em boa hora para nos apoiar nessa jornada”, contou Juliana.

Essas são algumas realidades dessas mães atípicas, que agora recebem a atenção e o carinho da Coordenação da Pessoa com Deficiência (PCD). Na oportunidade, a coordenadora Edna Silva também fez o anúncio de vários serviços que as mães terão acesso em breve, como exames citológicos, mamografia e consultas com dermatologistas e dentistas.

“Uma tarde para celebrar a vida. Podemos observar o relato de mães que estavam há 1 ano sem conseguir se olhar no espelho e puderam se reencontrar. Elas acabam se fechando em si mesmas e passam a dedicar-se apenas ao cuidado com os filhos, por isso a importância desse resgate”, declarou Edna.

A coordenadora ressaltou ainda, a participação do grupo no 1º Mutirão de Empregabilidade Inclusiva, promovido entre a Prefeitura de Campina Grande e Alpargatas, que será realizado na próxima segunda-feira, 18, com a oferta de 100 vagas para pessoas com deficiência. O evento acontece no Instituto dos Cegos, das 8h às 16h.

Ao final do encontro, as mães receberam brindes, lembrancinhas da Páscoa, dançaram e cantaram ao som de uma convidada especial, a cantora Edra Veras, que apresentou canções do gênero gospel e também muito forró.

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